
Se Aldeias Altas fosse uma novela, o protagonista seria fácil de identificar: Kedson Lima, o prefeito que parece ter confundido “governar” com “romper com aliados”. Desde que assumiu, segundo os bastidores, Kedson vem se especializando em fazer adversários, inclusive entre quem o ajudou a chegar lá.
Lá no começo, ainda no primeiro mandato, aliados fiéis acreditaram em seu discurso de mudança e deram o sangue na campanha. E o que receberam em troca? Promessas não cumpridas, esquecimento e, claro, aquele velho tratamento típico de quem acha que o poder é eterno.
O histórico de rompimentos é digno de roteiro: primeiro foi o ex-vice-prefeito Márcio Gaido, depois o grupo Fogo de Munturo, e mais recentemente o G6, formado por Luciano, Almeida Adilino, Gisélie Amorim, Daniel do Vei Zé, Ivaldo Ximendes e a presidente da Câmara, Reneia Ferreira. Todos deram apoio, defenderam o governo e ajudaram a manter a base política, mas bastou o prefeito se sentir autossuficiente pra sair dizendo que “não precisa de vereadores pra nada.” Pois é… gratidão passou longe.
E não para por aí. Nos bastidores, o comentário é unânime: o poder subiu pra cabeça. Kedson agora age como se fosse o dono de tudo, o centro das atenções, o coronel moderno da cidade. Só esqueceu de um detalhe, a política muda, e o povo já não aceita mais quem tenta mandar no grito. Muitos dizem que o prefeito se perdeu no próprio mandato, acreditando que poderia controlar tudo e todos.
E claro, não poderia faltar mais um capítulo dessa novela: a rasteira em Keyla Xavier, ex-secretária da Mulher. Uma das mais atuantes da gestão, Keyla era conhecida por estar presente nas ações e por realmente fazer o trabalho acontecer. Mas, de repente, foi deixada de lado. Desde então, a secretaria que antes funcionava virou, segundo os comentários de bastidor, uma calamidade, sem ações relevantes e sem o mesmo empenho de antes. Mas esse é um assunto delicado, que ainda promete render bons capítulos, depois lhe conto.
Hoje, Aldeias Altas vive o seu próprio mistério. Assim como na novela Vale Tudo, em que o Brasil inteiro quer saber “quem matou Odete Roitman”, por aqui a pergunta que não quer calar é outra:
“Quem será o próximo a ser traído ou deixado para trás por Kedson Lima?”
Só para ter uma ideia, o slogan de campanha de Kedson Lima era bem claro: “Vamos resolver”. Só que, na prática, não resolveu nada. Obras prometidas ficaram no papel, aliados foram deixados de lado, e o povo continua esperando mudanças que nunca chegaram.
A cada minuto que passa, Kedson vai deixando de ser prefeito. Em 2029, será apenas mais um ex-prefeito de Aldeias Altas, com um histórico de promessas não cumpridas e muita fala, pouca ação. O povo, por enquanto calado, só observa e espera o momento certo de dar o cheque-mate.
E a ironia não para por aí: Kedson achou que era o dono de tudo, que podia mandar e desmandar, mas a política não perdoa. No fim, sobra apenas a certeza de que muita gente foi traída, muito aliado deixado para trás, e as promessas de “resolver” ficaram no slogan.
Porque uma coisa é certa: o poder pode ter subido pra cabeça, mas a queda, ah, essa costuma ser de cara no chão.